Publicidade

Solange Couto relembra a liberdade que tinha ao atuar em O Clone

Atriz conta o que tem de diferente da personagem Dona Jura e relembra com saudade de Sargentelli, seu grande amigo que faleceu após gravação da novela na Globo

Solange Couto – Globo / Isabela Kassow

A atriz Solange Couto relembrou com carinho de sua carreira durante uma live com Jorge Brasil no Instagram do site Mais Novela nesta terça-feira, 05/10. Como não podia faltar, ela contou algumas memórias da época das gravaçõs da novela O Clone, que está de volta à TV com reprise no Vale a Pena Ver de Novo, da Globo.

Publicidade

Na história, ela viveu Dona Jura e é lembrada até hoje por sua personagem na trama de Gloria Perez. Inclusive, a atriz conta que a personagem não tinha tanto destaque no início da trama, mas o sucesso foi tanto que a história do Bar do Jura cresceu e se tornou um fenômeno. “A Jura era um personagem bem pequeno, secundário. A importância da história da novela era sobre a clonagem, alcoolismo e a drogas. O bar da Jura era um alívio por conta da seriedade dos assuntos. Eu fui fazendo do jeito que queria. A Gloria Perez mandava escrito e eu fazia do jeito que eu sentia”, disse ela. 

E a atriz teve a toda a liberdade de criação concedida pela autora da novela. “A Jura era muito na intuição, o que vinha eu ia fazendo. Lembro de uma cena com o Silvio Guindane que, no ensaio, eu vi que a costura da camisa dele tinha um descosturado. Eu pensei: ‘na hora de gravar eu vou enfiar o dedo ali e vou rasgar a camisa’. Quando eu cheguei perto dele, eu coloquei o dedo no buraquinho e puxei“, contou dando risada, e completou: “Qual é a razão do sucesso da Jura? Ela era de verdade, ela fazia coisas que as pessoas fazem na vida. Eu não tive inspiração em uma pessoa, eu tive inspiração na mulher em geral, que vai com à luta. A Gloria escrevia para mim no roteiro: faz como você quiser. Ela me deu uma liberdade absurda. Ela vai para a edição da novela e me ligava dando risada“.  

Inclusive, ela fez questão de destacar que sua personalidade é bem diferente da personagem que caiu no gosto popular. “Eu não costumo gritar com ninguém, não coloco o dedo em riste, não costumo dar ordens para quem trabalha comigo, sempre peço ‘por favor’, eu não brigo com as pessoas… Se você procurar, não vai encontrar confusão comigo em lugar nenhum. Eu não tenho aparelho de som na minha casa. A minha televisão eu ouço no 12, eu não gosto de barulho”, contou, e ainda disse: “Eu sou bem tranquila. Eu sou animada, mas não sou tão animada. Eu sou uma pessoa normal. Eu sou bem menos do que todo mundo imagina“. 

++ Murilo Benício relembra como foi fazer três personagens em O Clone

Publicidade

Apesar das diferenças, Solange afirmou que os fãs ainda a confundem com a personagem. “Acham até hoje que somos a mesma pessoa. Já tomei tapa na rua porque as pessoas já chegavam batendo no ombro. A Jura não é um personagem, é uma entidade. Ela faria coisas que eu não faria“, contou ela, e relembrou da origem do bordão. “O Né Nrinquedo Não surgiu na minha boca enquanto eu fazia uma oração e vi que servia para absolutamente tudo, para enaltecer e xingar. Eu pedi ao Pai uma coisa para o meu trabalho e não para a minha vida, então tem que ficar com ela e não comigo”, contou ela sobre não usar o bordão em sua vida pessoal. 

A estrela também lembrou da participação especial do produtor cultural e apresentador Oswaldo Sargentelli em O Clone. Os dois trabalharam juntos durante a adolescência dela, quando foi dançarina do grupo dele e se reencontraram na época da novela. Porém, a gravação no Bar da Jura terminou de um jeito triste. Na época, Sargentelli foi convidado para gravar em uma roda de samba, mas sofreu um infarto durante a cena e faleceu no dia seguinte. 

“Ele faleceu no dia seguinte, e ele se despediu ali. No dia que aconteceu, eu estava indo para Santa Catarina gravar um comercial. Quando eu voltei (e fui ao velório), estava na hora de fecharem (o caixão). E eu briguei com ele ali mesmo, dei um baile nele. ‘Que brincadeira mais sem graça’, falei”, disse ela, que ainda lembrou de um depoimento do filho do artista sobre ela ter realizado o desejo do pai de morrer em uma roda de samba. “‘Você deu a ele o maior botequim que queria ter, sentado do seu lado, da bailarina que ele mais se orgulhou, tocando samba numa caixa de fósforo. Ele queria partir dessa forma e você deu a ele a partida que ele mais queria’. Até hoje eu me emociono quando falo dele, mas não dói“, relembrou. 

Publicidade

Ainda na live, Solange Couto contou sobre o início da carreira, as novelas que fez na Band, na Manchete e na Record e também do seu trabalho como a Cuca do Sítio do Picapau Amarelo. Assista aqui:

Publicidade