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Moraes Moreira nunca será esquecido – Divulgação Globo / Zé Paulo Cardeal

Cantor e compositor dos mais presentes em trilhas sonoras de novelas – simplesmente 18 músicas – Moraes Moreira faleceu na manhã de hoje (segunda 13/04), no Rio de Janeiro. O artista morreu dormindo, vítima de um infarto agudo do miocárdio, aos 72 anos. Todo noveleiro lembra cenas inesquecíveis embaladas pelas canções do baiano, de Ituaçu, em tramas como Gabriela (o hino Guitarra Baiana), Elas Por Elas (Mulher e Cidade), Final Feliz (Coisa Acesa), Hipertensão (Sintonia),Tieta (A Lua e o Mar, com Pepeu Gomes) e a icônica Santa Fé, tema de abertura de Roque Santeiro, entre muitas outras. 

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Nascido em  08 de julho de 1947, Antonio Carlos Moreira Pires começou sua carreira musical bem pequeno, tocando sanfona de doze baixos em festas de São João e outros eventos em sua cidade natal. Adolescente, aprendeu a tocar violão, nas folgas do curso de Ciências em Caculé, também na Bahia. Jà aos 19 anos, tomou coragem e embarcou rumo à Salvador, onde deu início aos estudos no Seminário de Música da Universidade Federal da Bahia, vindo local onde conheceu Luiz Galvão e Paulinho Boca de Cantor, seus futuros companheiros dos Novos Baianos. Junto com Baby do Brasil e Pepeu Gomes, o quinteto criou, em 1968, o espetáculo que deu origem aos Novos Baianos, lançando em 1970 seu disco de estreia, Ferro na Boneca. Mas a grande virada nma carreira deles chegou em 1972 com o álbum Acabou Chorare, que revolucionou a MPB ao misturar samba, rock, bossa nova, frevo, choro e baião, imortalizando canções como Preta Pretinha, Mistério do Planeta, A Menina Dança, Besta é Tu, além da faixa título e da regravação de Brasil Pandeiro”.

Em 1976, Moares seguiu em carreira solo e já conquistou de cara um hit nacional, Pombo Correio, lançado no trio elétrico de Dodô e Osmar. A partir daí a trajetória do artista colecinou apenas vitórias e inúmeros sucessos. O reencontro com os Novos Baianos aconteceu em 1997, para lançar o disco ao vivo Infinito Circular, e, em 2007, Moraes publicou o livro A História dos Novos Baianos e Outros Versos, que usou a linguagem de cordel para contar a história do grupo. Dez anos depois ele lançou outro livro, Poeta Não Tem Idae, com 60 textos em homenagem a Luiz Gonzaga, Gilberto Gil, Machado de Assis, entre outros escritores e compositores. Nos últimos tempos, Moraes Moreira se dedicava aos shows de reunião dos Novos Baianos e ao seu trabalho solo. E deixou um legado que nunca será esquecido em nosso país.