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Karine Teles se despede de ‘Pantanal’ e faz um balanço sobre a novela

A atriz conta que fez até bronzeamento artificial, enaltece a parceria em cena com Camila Morgado e comenta sobre a rivalidade entre as personagens. 

Madeleine (Karine Teles) na novela Pantanal - Reprodução / Globo
Madeleine (Karine Teles) na novela Pantanal – Reprodução / Globo

Em sua quarta novela, Karine Teles vive uma personagem importante na teledramaturgia brasileira: a Madeleine de Pantanal. Para interpretar a influenciador digital, que é completamente diferente dela, a atriz mudou o visual. “Eu levei muito tempo para me acostumar. Eu olhava no espelho e ficava ‘Meu Deus, quem é essa pessoa?’”, recorda a artista que já encerrou seu trabalho na trama das 9 da TV Globo.

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Assim como na versão original, Madeleine também morrerá tragicamente no remake. Despedindo-se do papel, a intérprete revela curiosidades de seu processo de criação, fala da parceria com Camila Morgado, sua irmã no folhetim, e destaca a importância da trama das duas. “Eu acho que é uma discussão muito importante, porque eu sinto que essa coisa da rivalidade feminina ainda é muito estimulada na nossa sociedade e eu acho que é uma arma muito poderosa na desestabilização das mulheres”, defende. Confira!

Como foi dividir a personagem com a Bruna Linzmeyer?
Pra mim foi uma experiência muito interessante continuar o personagem que alguém começou. Quando eu fui chamada para a novela a Bruna já estava gravando há um tempo. Eu sempre gostei do trabalho dela, é uma pessoa que eu gosto muito pessoalmente também. Então fiquei muito animada com essa possibilidade dessa parceria.

Você e a Bruna conversaram muito sobre a Madeleine?
Como a Madeleine é uma personagem que sofreu algumas modificações da versão original pra cá, eu não tinha tanto o trabalho da Ittala Nandi como referência, apesar de eu achar a Ittala uma grande atriz e ter a honra de poder fazer um personagem que ela já fez. Mas meu trabalho de construção da Madeleine foi muito baseado no que a Bruna já estava fazendo. Então, além da gente ter conversado muito, eu, ela e Andréa (Cavalcanti, preparadora de elenco), depois, antes de eu começar a gravar, eu pude assistir cenas da Bruna, de vários momentos diferente da personagem dela. Isso me ajudou bastante a entrar na energia da personagem que ela estava criando. Era uma coisa mais do ritmo, da força, da intensidade, das alterações de humor. Essa era a minha maior preocupação, porque não adianta a gente conseguir uma semelhança física, nesse trabalho lindo da caracterização, eu precisava poder ser a mesma pessoa, ter a energia parecida, o comportamento parecido. Acho que o maior desafio foi esse.

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O que mais foi importante na construção da personagem?
Outra coisa que me ajudou bastante na composição da personagem foi todo o trabalho de caracterização. A primeira parceria que entrou foi com a Marie Salles, figurinista, a gente teve uma troca bacana e foi muito importante pra mim, porque a Madeleine é muito diferente de mim, ela vive num universo completamente diferente do que eu vivo. O figurino tinha muita influência na composição da personagem no sentido que alterava o jeito do meu corpo se mexer, a minha postura. E cabelo, toda a caracterização, fizeram muita diferença. Eu fiz um bronzeamento artificial, que é uma coisa que eu nunca tinha feito. Fiz aquele à jato para deixar meu tom de pele mais parecido com o da Bruna. Isso fez uma diferença gigantesca, uma coisa super sutil, quem vê a Madeleine nunca pensa que tem o bronzeamento. Mas pra mim e pro resultado da imagem acho que fez muita diferença.

E gostou do seu novo visual?
Eu levei muito tempo para me acostumar. Eu olhava no espelho e ficava ‘Meu Deus, quem é essa pessoa?’ Eu demorei pra me acostumar. Agora não tem mais o bronze, estou sentindo falta. Acho que viciei um pouco (risos)

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E trabalhar com a Camila Morgado?
Eu também sempre admirei profundamente o trabalho da Camila e tem uma coincidência engraçada que nós duas somos de Petrópolis. A gente não se conhecia de lá, mas eu sempre soube dela. Quando a Camila começou a fazer sucesso, eu olhava e falava ‘Caramba, ela é de Petrópolis! Será que um dia eu vou conseguir trabalhar também, fazer minhas coisas?’ Não sei se por conta de ser Petrópolis, mas a gente tem uma história pessoal muito parecida. Começamos muito fortemente no teatro, somos duas apaixonadas pelo trabalho, a gente chega todo dia pensando o que a gente pode fazer hoje, tendo ideia, foi uma parceria sensacional. Estou apaixonada pela Camila.

Então foi uma parceria que deu certo…
A gente fez tudo com amor, se dedicou muito, se divertiu e sempre com a parceria da direção também. A gente chegava e falava das ideias, sempre muito animadas. O que pra mim é muito emocionante, porque eu ainda me sinto uma novata na televisão, fiz muito pouca televisão e ter essa generosidade dos colegas mais experientes… O Caco (Ciocler) também foi um parceiro incrível nesse sentido, a Selma (Egrei). Fui muito acolhida, muito bem recebida. E tive essa parceria com a Camila. Acho que nós, como irmãs na história, o que a gente mais trabalhou foi encontrar os momentinhos de amor, porque tem muito conflito. A gente ficou ali, cavando, para achar os momentos de amor delas, porque tem.

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Madeleine e Irma tem uma relação bem complexa…
Eu acho que a gente está vivendo personagens que tem um imaginário muito frequente na dramaturgia, essa coisa de irmãos rivais é um clássico. E nas nossas conversas, eu e Camila, a gente pensava muito no que de novo a gente podia trazer para esse lugar tão conhecido dramaturgicamente e o que a gente tinha que mergulhar no clichê mesmo, porque clichê também é bom, a gente gosta de ver clichê, a se diverte vendo. E com a parceria da equipe de direção, todos os dias nós ficávamos pensando em elementos que a gente podia colocar para tentar traze camadas novas para essa discussão e, ao mesmo tempo, também ir se divertindo em mergulhar nesse lugar da disputa entre irmãs.

A rivalidade feminina ainda rende em 2022?
Eu acho que é uma discussão muito importante para os dias de hoje, porque eu sinto que essa coisa da rivalidade feminina ainda é muito estimulada na nossa sociedade e eu acho que é uma arma muito poderosa na desestabilização das mulheres. A gente gasta um tempo enorme disputando uma com a outra, quando a gente podia estar se fortalecendo e rompendo barreiras juntas. E eu acho que eu e a Camila, através da nossa parceria fora de cena, a gente traz mesmo que secretamente, essa camada do poder da união entre duas mulheres. A gente se apoiou muito uma na outra no trabalho.

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