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Erika Januza celebra sua estreia como Rainha de Bateria da Viradouro

Aos 36 anos, Erika Januza celebra conquistas pessoais e profissionais, como a casa própria, os dez anos na TV e sua estreia como rainha de bateria da Unidos do Viradouro

Erika Januza como musa do Camarote Mar na Sapucaí – Daniel Pinheiro/AgNews

Mineira, de Contagem, Erika Januza carrega em si um pouco da alma de carioca. Desde criança sempre foi louca por carnaval e madrugava em frente à TV acompanhando os desfiles de escola de samba. Em seu estado, já se jogava na folia, antes mesmo de alcançar a fama. Em 2011, por exemplo, foi princesa da corte momesca do Carnaval de Belo Horizonte. No ano seguinte, sua vida mudou. A atriz estreou como protagonista da série Subúrbia, da TV Globo e, desde então, emendou um trabalho no outro.

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Completando uma década na telinha, a artista celebra os feitos, mas reconhece que não foi fácil chegar até aqui. Sua maior conquista veio agora: a compra da casa própria. E para deixar esse ciclo ainda mais especial, ela, que já havia desfilado no Rio de Janeiro e em São Paulo, pelas escolas Grande Rio e Vai-Vai, estreia em breve na Marquês de Sapucaí como Rainha de Bateria da Unidos do Viradouro, posto esse que ela sempre sonhou em ter, mas que guardava com ela mesma.

Qual é a sua expectativa para sua estreia na avenida como rainha de bateria da Viradouro?
Estou muito ansiosa. A ficha desse sonho ainda está caindo. Fui tão bem recebida pela família Viradouro. Eu me sinto em casa na quadra. É uma honra e um prazer estar ali. É uma escola onde se vê a satisfação e harmonia das pessoas por onde se passa. Acho que nem nos meus melhores pedidos, poderia ser tão lindo como está sendo.

Você já desfilou outras vezes. Sempre gostou muito de carnaval?
Eu sou completamente apaixonada por carnaval. Quando criança, a minha mãe me deixava passar a noite acordada para assistir aos desfiles das escolas, porque eu amava muito. Tenho essa relação há muito tempo e nem sei explicar quando foi que ela começou exatamente. Quando eu vim morar no Rio, claro, eu quis vivenciar tudo aquilo que vivia olhando a TV e nunca mais parei.

E ser rainha de bateria era um sonho?
Sim, um sonho. Que guardava comigo. Respeitar o espaço do outro é algo que prezo muito e nunca quis causar mal entendido nenhum. É a maior honra ser rainha de bateria, representar uma escola na Avenida. Estar à frente do coração da escola. Sempre imaginei o quanto devia ser maravilhoso estar ali. Realizar esse sonho com a Viradouro é um presente. Uma grande escola, que tem carnavais lindos na sua história. E certamente este será mais um.

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Para sua última personagem, a Laila de Verdades Secretas II, você perdeu nove quilos. Já recuperou esse peso? Como se preparou para o carnaval?
Sim, recuperei boa parte. Eu emendei o fim de Verdades Secretas II com a segunda temporada de Arcanjo Renegado, então, minha preparação física por muito tempo foram os ensaios. Nesse ano, eu comecei a malhar e me preparar fisicamente para a Avenida um pouco mais tarde. Eu tenho profissionais que me orientam e tudo o que eu faço é colocando a minha saúde em primeiro lugar.

A personagem enfrentou problemas para emagrecer. Você já viveu algo parecido, já teve uma cobrança estética?
Não, nunca passei por um problema de saúde como o da Laila. O tema dela era um assunto sobre saúde, que serve de alerta para que a gente possa estar atentos às decisões que tomamos em nome da estética e das pessoas ao nosso redor, que podem estar passando por algum problema e ficam sem amparo. Quando adolescente, eu era muito magra e tinha vergonha do meu corpo. Foi assim que conheci a academia e descobri que poderia me exercitar para ganhar massa. Mas nada agressivo ou a ponto de tomar remédios.

Mas teve alguma questão?
Com meus cabelos quando era criança, adolescente, que durante muito tempo eu alisei, algo muito comum de se ouvir quando falamos com um negro. Alisava para tentar me encaixar e ser aceita. A sociedade erroneamente me mostrou isso. Hoje, depois da transição capilar, eu reconheço muito mais a minha beleza e a força que os meus fios representam. Foi um processo muito especial que eu vivi, no qual eu me conheci de verdade e profundamente.

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Você terminou as gravações da segunda temporada de Arcanjo Renegado. Agora, a Sarah surge como uma policial. Como foi viver experiência?
Eu estou muito feliz com o trabalho. Foi muito intenso e especial esse reencontro com a Sarah e essa história. É a primeira vez que eu experimento isso de voltar a um papel, numa continuidade. E eu adorei toda a trama dela. Como trazer aquela mesma mulher com tantas dores, agora com uma força diferente. Não vejo a hora de o público assistir.

Fez alguma preparação específica para essa nova fase da personagem?
Fiz algumas preparações. Desde treinos táticos com a equipe do Bope, encontros para trabalho de ator, discutir personagens e suas relações, a treino físico. Foi bem importante para esse novo momento da série. Fomos bem orientados sobre diversos aspectos dessa nova parte da história. Atuar com policiais reais foi muito gratificante. Foram super generosos. O pouquinho que vivi ali na ficção abriu muita coisa na minha mente sobre o quão difícil é a profissão deles.

E como foi pertencer a um lugar que, na maioria das vezes, vemos como masculino?
Fico muito feliz de ver uma mulher vivendo o seu potencial, mostrando o seu talento e vocação. Conheci mulheres incríveis lá. E com toda sua feminilidade. Poucas se formos comparar, mas estão ali e estarão cada vez mais. Estamos conquistando nossos espaços, e em todas as áreas. E vamos seguir assim. Minha reflexão é de vibrar com as conquistas, mas sem esquecer de que o caminho ainda é longo para uma sociedade com mais igualdade.

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Este ano você completa 10 anos na TV. Que balanço faz da sua carreira?
Como o tempo voa, né?! Eu vivi tantas coisas nesses 10 anos. Hoje eu consigo olhar e ver esse passado de uma forma mais leve e doce. O quanto tudo que vivi me ensinou, me deu uma casca mais grossa, me presenteou. Vim para o Rio na cara e na coragem para trabalhar na minha primeira produção e me manter aqui foi um desafio. Teve um momento que eu pensei que não conseguiria, mas eu persisti. Fico feliz por cada trabalho, por cada profissional amigo que me deu uma oportunidade de mostrar o meu talento. Eu sou uma mulher de muita fé e eu agradeço todos os dias a Deus por me ajudar a seguir na minha profissão, realizando os meus sonhos.

Acha que da época que você começou para agora as coisas estão mudando no audiovisual, que agora tem mais representatividade?
Acho que a maior mudança nessa última década é a chegada do streaming, que vem proporcionando mais oportunidades de trabalho, novas linguagens sendo feitas, e isso é maravilhoso. Sobre a questão da representatividade, ainda temos que caminhar e ter, de fato, oportunidades mais justas para os atores negros. O cenário melhorou, mas isso não significa que está bom. Significa que está melhor do que há 10 anos, mas essa balança é muito desigual. Quero muito ver uma mocinha negra no horário das seis e, ao mesmo tempo, uma mocinha negra no horário das nove. Quero ligar a TV e me sentir mesmo representada com personagens que sonham, que são talentosos, bem-sucedidos, que não sejam estereótipos ou retratos históricos.

E seu relacionamento com o Juan, como vai?
Eu estou muito feliz. Ele é um grande companheiro. Vivemos um dia de cada vez. É uma fase linda, com trabalho maravilhosos, com a Viradouro, o coração batendo no compasso.

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Recentemente você realizou uma grande conquista, que foi a casa própria, não é?
Uma grande alegria. O dia que eu peguei a chave da casa, esse dia eu nunca esquecerei 2 dias antes do meu aniversário. Literalmente um presente de Deus, mas fruto de muito trabalho. Teve momentos, que eu cheguei a duvidar desse dia. Já passei por coisas que eu contando você nem acredita. A minha casa é o meu templo, é a materialização de uma vitória. E eu queria muito trazer a minha mãe para morar comigo no Rio, cuidar dela. Me sinto muito abençoada pelas coisas que Deus me dá.

Qual o próximo sonho a ser realizado?
Muito sonhos, com certeza. Sonhar é o que nos faz acordar de manhã e ir à luta. Quero fazer muitos trabalhos, quero viver muitos carnavais com a Viradouro, quero construir a minha família… Tem muita coisa para viver.

++ Mileide Mihaile: “Esse ano está sendo abençoado”