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Bruna Marquezine diz ser sua pior ‘hater’: ”Estou sempre atenta ao olhar do outro”

Em entrevista, a atriz desabafou sobre crescer diante às câmeras, depressão e ansiedade

Bruna Marquezine fala sobre saúde mental – Reprodução/Instagram

Crescer diante dos olhos do público não foi uma tarefa fácil para Bruna Marquezine. A atriz, que começou a atuar na novela ‘Mulheres Apaixonadas’ (2003) e hoje tem 25 anos, diz que considera sua principal ‘hater’. 

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“Minha primeira terapeuta me disse uma coisa que me marcou muito. Ela observou que a depressão é uma porta numa parede que, até então, você via completamente branca. Era uma parede, sem nada. Uma vez que você identifica que está com um quadro depressivo, você começa enxergar essa porta, você pode até sair desse lugar, mas você nunca mais vai ver a parede totalmente branca. Sempre vai ver a porta lá. No primeiro momento, isso me destruiu. Poxa, eu preferia ver a parede branca pelo resto da vida!”, declarou em entrevista à ELA.

“Após muitas sessões de terapia, de trocar de profissional, de crescimento, de aprender e viver, eu mudei a minha opinião. Hoje, não penso mais assim. Acho bom ver a porta”, afirmou.

“Outro dia, conversei muito com a roteirista Natália Klein. Falamos de como tudo é para ontem, como a gente vive num estado de ansiedade, tudo é para agora. Se você não fez, já foi, já perdeu! Sempre é um desespero. Nas artes, então… existe uma cobrança de se superar, trazer algo novo, fazer melhor! E a gente já não aprecia as coisas, tudo fica frio. Contei para ela sobre a teoria da minha terapeuta e de quanto fiquei mal com ela na época. A Natália fez uma analogia ótima. Disse que saber que tem depressão é como você entrar num lugar, ver uma barata e ela sumir! Tem gente que não liga se ela desapareceu. Eu prefiro ter a barata no meu campo de visão do que não saber onde ela está!”, prosseguiu.

Para Bruna, ter crescido em frente às câmeras fez com que ela se tornasse uma pessoa ainda mais crítica em relação ao próprio trabalho. “Eu cresci diante dos olhos do público, isso me fez criar uma consciência muito grande sobre o olhar do outro. Estou sempre atenta ao olhar do outro, além da minha observação que é extremamente crítica. Eu brinco quando digo que não tem hater meu que consiga competir comigo mesma! Eu sou pior! Tenho uma consciência muito grande do olhar do outro. O que pode estar passando pela cabeça do outro, o que o outro está vendo, o que o outro está interpretando… isso tudo é um peso, que te gera uma ansiedade”, explica ela.

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“Esse é um assunto que está sempre em pauta na minha terapia. Essa insegurança, essa ansiedade alcança todas as áreas da sua vida. Eu falo sobre isso porque vejo que é algo comum, que o mundo está vivendo, mas que estamos começando a ter coragem de falar isso agora. Muitos ainda têm vergonha. Eu comecei a trabalhar numa época na qual me ensinaram que o certo era construir uma imagem perfeita. Por muito tempo, eu ouvi isso. E eu via isso”, completou Marquezine.