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‘Sou apenas atriz’, avisa Maria Clara Spinelli, repudiando o conceito de ‘atriz trans’ sempre associado a ela

Em coletiva online com o elenco de ‘Elas Por Elas’, a artista fez questão de ressaltar a importância de retirar os rótulos de artista fora do padrão normativo

Elas Por Elas (Divulgação/TV Globo)
Elas Por Elas (Divulgação/TV Globo)

Em coletiva on-line com o elenco de ‘Elas Por Elas’, hoje (segunda 04/09) pela manhã, Maria Clara Spinelli levantou uma bandeira importante na busca por inclusão e representatividade das ditas minorias no meio artístico. Ao ser questionada sobre responsabilidade de ser a primeira atriz transgênero a protagonizar uma novela, Maria Clara alertou: “Antes de mais nada, a gente precisa rever esse conceito de ‘atriz trans’. Quando você junta dois adjetivos, cria um terceiro. Atriz, mais trânsgenero: atriz trans! Isso me diminuiu em relação às outras atrizes, porque não sou uma atriz e não uma atriz trans”, avisa a artista.

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Maria Clara completa que não tem essa questão do protagonismo como prioridade. “Não penso muito sobre isso, eu penso em fazer bem o meu trabalho da melhor forma que eu posso. Busco criar um  ambiente de amor para os meus colegas, acho que estou aqui por isso e pelos meus quase 20 anos de carreira”, completa.

Aos 48 anos, a paulista de Assis também faz questão de louvar quem abriu os caminhos para ela. “Meu trabalho em ‘Elas Por Elas’ é a continuidade da trajetória de pessoas que vieram antes de mim: Celeste, Rogérias… Tanta gente guerreira que abriram a portas para eu, hoje, estar aqui”, reverencia.

Maria Clara faz questão também de lembrar que “todas as personagens e toda as cenas que faço são as cenas da minha vida, não importa o tamanho delas”, conta. “Quando fazia teatro no interior sozinha, arrecadando dinheiro para a produção, tinha a mesma garra, disciplina e dedicação que tenho hoje na novela”, revela.

O que a atriz mais deseja hoje é se ver inserida em trabalhos que não necessariamente abordem os conflitos e dores do universo transgênero. “A Renée é trans, mas foi aceita, foi amada, tem família, filho, marido. Vive fora do nicho, inserida na sociedade”.

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“A mudança de paradigma é que comecem a criar mais personagens assim e mais possibilidades para atores e atrizes trans trabalharem. Essa é a real inclusão, a real mudança!”, conclui.

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