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Monica Iozzi lamenta ter dado espaço para Bolsonaro no CQC: ”Não pode eximir essa culpa”

No Conversa com Bial, atriz falou sobre a experiência de entrevistar o presidente Jair Bolsonaro no programa CQC, da Band

Monica Iozzi no programa Conversa com Bial, da TV Globo – Reprodução/Globo

Em participação no programa Conversa com Bial, na madrugada desta terça-feira, 02/09, Monica Iozzi fez um desabafo sobre os discursos de ódio presente na política brasileira. A atriz afirmou que os brasileiros precisam estabelecer limites para a intolerância e falou sobre as experiências de entrevistar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

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“Se você for na Alemanha, você vai ver que não há espaço na TV para pessoas que relativizam o Holocausto”, afirmou. “Eu acho que a gente precisa começar a ter esse tipo de intolerância em relação ao discurso de ódio. Às vezes têm coisas que não podem ser toleradas”.

A apresentadora, que foi repórter em sua passagem pela Band no programa CQC, relembrou as vezes em que conversou com político. “Quem mais deu voz a Jair foi o CQC. A gente não pode se eximir dessa culpa e, sim, eu me arrependo de ter falado com ele tantas vezes”, lamentou.

Monica acredita ter sido um erro ter dado tanto espaço para Jair expressar suas ideias e disparou: “A minha vontade sempre foi de denunciar, de mostrar como é possível que nós tenhamos um parlamentar com esse nível intelectual, e não estou falando de fazer faculdade, mas sim de ter o domínio básico para exercer um cargo público, e o Jair Bolsonaro não tem isso.”

“A gente queria mostrar como o trabalho dele era irrelevante. E depois de mostrarmos a incompetência dele, assim como mostrávamos a de outros [políticos] também, foi que ele começou a se sentir mais à vontade para fazer os discursos de ódio”, continuou.

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A atriz contou à Pedro Bial não acredita que aquela tenha sido a melhor forma de se mostrar contra um discurso que não concordava. “Naquele momento eu não tive essa noção. Eu nunca consegui ter essa visão mais ampla, a médio e longo prazo, de que ao invés de estar fazendo uma denúncia, eu poderia estar dando palanque e aumentando o alcance daquele discurso”, admitiu.

Por fim, Monica disse que a população precisa ter como referência outros países, que segundo ela, não dão espaço e voz para os ataques direcionados a determinados grupos. “O Bolsonaro engloba todos os discursos de ódio em uma pessoa só. Então, a gente precisa começar a olhar para esses discursos com total intolerância, que é o que fazem na Alemanha com o nazismo. Não vamos dar voz a uma pessoa que diminui os negros e que defende violência contra LGBT”, completou.
 
 
 
 

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