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Marcelo Serrado entrega detalhes do Crô, de Fina Estampa: ‘Ele tem alma’

Ator fica impressionado com sucesso de Fina Estampa, relembra ida para a Record e o trabalho na novela Velho Chico

Marcelo Serrado – Globo / Paulo Belote

O ator Marcelo Serrado foi surpreendido com a enorme repercussão e ótima audiência da novela Fina Estampa hoje em dia – já que a trama foi reeditada para ocupar a faixa das 21h durante a pandemia de coronavírus. Tanto que o ator voltou a cair nas graças do público com o personagem Crô, que é o mordomo de Tereza Cristina.

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Em uma live nas redes sociais do site Mais Novela, o artista falou do sucesso. “Essa novela está dando 38 pontos de Ibope hoje em dia. Claro que as pessoas estão em casa, mas uma novela de reprise dar todo esse Ibope é inacreditavel. É uma novela leve, personagens muito bem escritos. Eu não posso ter o contato direto com o público nas ruas, então eu vejo o sucesso pela internet. Eu posto uma cena no instagram e tenho 200 mil views em meia hora, é uma coisa muito maluca”, disse ela.

O astro ainda contou sobre a criação do personagem inesquecível. “O Crô não faria sucesso hoje em dia se ele não tivesse alma, se não fosse um personagem de verdade. Eu trabalhei muito para ele ter credibilidade, para que tivesse alma. A gente conheceu um Crô em uma boate gay aqui no Rio de Janeiro. Eu vi o cara e a gente ficou amigo, eu copiei o cabelo dele. O Crô sofria. Eu criei uma história de que ele tinha um namorado que perdeu com 15 anos em um riacho. Ele era um cara que sofreu ao longo da vida para chegar onde chegou. O Crô tem melancolia”, afirmou ele, que lembra que colocou vários bordões no personagem. “O Crô falava: ‘Eu estou ovulando’. Isso foi uma coisa que eu coloquei. E o Aguinaldo incorporou, e genialmente ele criou uma coisa fenomenal para os outros capítulos”.

Com tanto sucesso na época das gravações e, agora, na reprise, Marcelo Serrado afirma que o personagem não pertence a ele. “Um personagem com esse é como o Félix, a Carminha, a Nazaré Tedesco… Ele deixa de ser teu, ele vira boneco, vai pra Sapucaí com 200 ritmistas vestidos de Crô, é uma coisa que eu não tenho palavras para agradecer e para dizer sobre o carinho que eu tenho do público. Ele mudou a minha vida”, comentou ele.

Além disso, o astro também relembrou de outros momentos marcantes de sua carreira na televisão. Ele contou sobre como foi fazer parte da novela Velho Chico, da Globo, que foi um marco em sua carreira. “Velho chico é de um nível muito alto. É uma das novelas mais geniais já feitas, lógico que teve toda a tragédia do Domingos Montagner [que faleceu durante as gravações]. Mas a novela era uma poesia, uma coisa linda. O meu personagem foi devorado pela caatinga. Ele foi o meu grande personagem”, contou.

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O artista ainda relembrou da tragédia que marcou a reta final das gravações: a morte do ator Domingos Montagner. “Imagina você estar gravando lá… [No dia do acidente] eu peguei a lancha para dar uma olhada no rio, para ver se o Domingos estava ali ainda, eu fui com o figurino do personagem… Eu me lembro que, quando fui dormir, e eu não queria abrir a cortina do quarto. Eu não queria olhar para o rio [depois da morte dele]. Depois a gente voltou para o rio para gravar…”, comentou.

Mudando de assunto, Marcelo Serrado também contou sobre como foi a sua ida para a Record há alguns anos. “Ida para a Record foi fundamental na minha carreira”, disse ele, que afirmou que foi mandado embora da Globo e por isso seguiu para a emissora concorrente.

“Eu era um ator na Globo que tinha papeis medianos. Eu acho que o ator nunca pode se acomodar. Quando eu fui pra Record, logo depois de Mandraque, eu já estava com uma preparação muito grande. A novela Vidas Opostas foi genial na minha carreira. A minha filha estava nascendo naquela época e eu sem grana, e dando aula de teatro em Niterói. Eu já tive fracassos na minha vida, eu sei o que é estar por baixo. Eu dou muito valor ao fracasso também.Vidas Opostas bateu todos os recordes de audiência. Eu ganhei o Prêmio APCA com o Wagner Moura, e aí a Globo me convidou para voltar. O Aguinaldo me viu fazendo a novela e me chamou para fazer um gay na novela dele”, disse ele, que tem a sua filosofia de trabalho:

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“O ator tem que errar. Mas você tem que entrar para ganhar, você tem que levar a sério, tem que entrar com o pé na porta. Quantos atores queriam fazer o seu personagem? Tem que entrar para ganhar. Eu sou muito mais rigoroso hoje em dia comigo, e isso é fundamental para o ator”.

Para quem está com saudades de ver o ator na televisão em novos projetos, ele promete que terá muitas novidades em breve. “Vou fazer a Escolinha do Professor Raimundo, uma novela e uma série no Globoplay. Mas ainda não posso contar. São personagens muito diferentes e a certeza de que vou acertar é zero”, finalizou.

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