Marcelo Adnet fala sobre abusos sexuais em programa de TV: ‘A vítima nunca é culpada’
O humorista disse que se sente confortável em falar do assunto porque fez terapia

O humorista disse que se sente confortável em falar do assunto porque fez terapia
Marcelo Adnet participou do Saia justa da última quarta-feira,15/03, e falou dos abusos sexuais que sofreu na infância. O humorista foi um dos convidados do programa comandado por Astrid Fontenelle, Monica Martelli, Pitty e Gaby Amarantos.
Na atração, ele falou sobre os abusos sexuais sofridos na infância e confessou que atualmente consegue falar abertamente sobre o assunto porque buscou um tratamento psicológico para lidar com isso.
“Apesar do tema pesado e necessário. É bom falar de tabu. Eu adoro. Atacar temas que são encarados como tabu, eu sempre aborde. Foi difícil na época. A primeira vez, eu tinha 7 anos. Eu tive uma grande sorte dos meus pais e avós voltarem para casa quando ele começou a consumar o ato. Eu senti um grande desconforto. A criança não sabe o que é aquilo e tudo é sob ameaças. A minha cachorrinha tinha morrido e ele falou que poderia trazer a cachorra de volta se eu não contasse para ninguém. E isso foi interrompido. Depois aconteceu de novo aos 11 anos. E eu já sabia o que era aquilo. Então seu primeiro contato com o sexo é um grande trauma porque você acaba entendendo o que aconteceu com você“, disse.
Ele ainda completa “Hoje, eu falo com tranquilidade porque eu tive tempo para lidar com isso. E consegui verbalizar aquilo para a minha mãe muito tempo depois. Falei com amigos próximos, mas com meus pais eu construí uma ilusão na minha cabeça, porque eu achei que eu já tinha falado. Eu falei para minha mãe há poucos anos, E deixei claro que não era culpa deles e queria poupá-los disso. Eu falei quando o segundo cara morreu“, falou.
Durante o programa, ele ainda ressaltou que as pessoas que são abusadas não têm culpa do ocorrido. “Falar é sempre bom. Como eu não tive culpa. A vítima nunca tem culpa. Como não tenho culpa, eu não devo nada. Mas marca pela vida inteira. A gente não tem culpa nenhuma e não deva ser uma vergonha e tenha que normalizar esse local que é a denúncia. Ela tem que ser encorajada sim. E para meninos existe esse outro medo que é o ataque homofóbico que eu também não temo. Isso não é uma ofensa, mas as pessoas usam essa carta como forma de constranger a vítima e protege o agressor. As pessoas têm que ser encorajadas a falar sim. Existe uma rede de afeto para te ajudar sim“, disse.