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Ator de ‘Vai na Fé’ fala que passou por sessão de ‘cura gay’

Ator de ‘Vai na Fé’, Orlando Caldeira, relembra sessão de ‘cura gay’ que passou e desabafa: ‘Era torturante’

Orlando Caldeira - Reprodução/Globo
Orlando Caldeira – Reprodução/Globo

Orlando Caldeira, intérprete do personagem Anthony Verão em Vai na Fé, é assumidamente e orgulhosamente um homem gay, mas sua orientação sexual não foi aceita com tanta facilidade por sua familia.

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Em entrevista ao Gshow, o rapaz conta que mãe o levou para fazer sessões de regressão. Ela achava que assim ele teria uma suposta “cura gay” e se tornaria heterossexual. “No intuito de querer me ajudar, entre muitas aspas, minha mãe me levou para um parapsicólogo para fazer sessão de regressão. E ele prometia que ia me curar, em uma mentalidade muito bizarra sobre a ‘cura gay’. Minha mãe gastou muito dinheiro nessas sessões, completamente na ilusão”, disse Caldeira.

“E isso aconteceu até o momento em que ela percebeu que estava dando resultado. Não queria mais ir, era muito torturante para mim participar dessa mentira, dessa distorção”, admitiu ele.

“Minha mãe me levou a uma psicóloga e foi ela que falou que, na verdade, estava tudo certo comigo. Era ela [a mãe] que precisava lidar com essa situação. Hoje, tenho a oportunidade de poder falar abertamente sobre a minha orientação. Sinto que estou levando uma mensagem positiva para as famílias, para entenderem e lidarem com essa questão com naturalidade, leveza, amor e respeito.”

Com 38 anos, ele afirma que a sociedade teve um avanço à sexualidade das pessoas. “Era uma época que não se falava sobre isso, que existia um tabu maior sobre sexualidade. Era até uma grande vergonha ter um parente gay, um filho gay. Não que hoje seja muito diferente disso. Mas, acho que muitas discussões já avançaram e a gente tem onde procurar ajuda”, ponderou.

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Orlando abre o coração ao falar sobre Vai na Fé e diz que se sente realizado:

Além disso, ele afirma que se sente realizado por fazer parte de um elenco como Vai na Fé, onde tem grande parte do elenco composto por pessoas pretas, inclusive no protagonismo, e por representar na TV aberta um homem negro e gay. “Fazer parte dessa transformação não tem preço. É como se eu estivesse sendo coroado, ganhando um presente por estar fazendo parte dessa história. E eu me vejo sendo um elemento de transformação nas ruas, quando as pessoas me encontram e param para falar comigo. É muito respeitoso, porque as pessoas me encontram, desejam boa sorte e me incentivam a continuar”, falou.

“A pessoa LGBTQIA+ não é uma coisa. Ali tem um ser humano que sofre, que ama, que chora, que inveja, que ambiciona e que vive. Para mim, está sendo um presente muito grande interpretar o Anthony e entender as curvas que esse persoagem tem feito e vai fazer ainda na trama. A escrita da Rosane [Svartman, autora de Vai na Fé] é muito profunda, muito respeitosa de muitas camadas. E assim é o Anthony!”, complementou o ator.

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